sábado, 19 de janeiro de 2013

Prática 14 - Qual é o meu tipo sanguíneo?


Olá, pessoal! Tudo bem?
Nesse desafio de criar um blog informativo e didático, para alunos e professores, com aulas práticas, curiosidades, matérias interessantes, e tal, encontrei uma aula prática para ser feita em laboratório, com instrumentos de laboratório e materiais encontrados em laboratório. Essa aula prática engloba assuntos como Genética e Imunologia. Resolvi postar sobre o Sistema ABO.

O Sistema ABO é o sistema que classifica o sangue humano em quatro tipos: A, B, AB e O. Este sistema foi descoberto em 1900, pelo austríaco Landsteiner.
A aula prática proposta abaixo é de caráter demonstrativo, com resultados previsíveis e altamente explicativos. O professor deverá coletar, ou mostrar como se coleta, gotas de sangue de um pequeno furo feito no dedo de alguns alunos que se candidatarem, para que a aula seja efetuada.


Procedimento:

1. Coloca-se numa lâmina de microscopia, lado a lado, uma gota de soro anti-A e outra de soro anti-B.
2. Sobre cada gota de soro coloca-se uma gota do sangue a ser identificado. 


Observando-se o resultado:
1.     Se não houver aglutinação em nenhum dos lados, o sangue em exame é do grupo O. 
2.     Se houver aglutinação nos dois lados, o sangue é do grupo AB.Se houver aglutinação somente com o soro anti-A, o sangue é do grupo A. 
3.     Se aglutinar somente com o soro anti-B, o sangue é do grupo B.
Repetir o mesmo procedimento para o fator Rh.


Fator Rh (Rhesus) ou Fator D.
  •                85% das pessoas possuem nas hemácias um antígeno chamado fator Rh. Estas pessoas são Rh+ (positivas). 15% das pessoas não possuem nas hemácias o fator Rh e são Rh- (negativas).

Veja na tabela abaixo a compatibilidade entre os diversos tipos de sangue:



ABO
Substâncias
%
Pode receber de
Tipos
Aglutinogênio
Aglutinina
Frequência
A+
B+
A+
0+
A-
B-
AB-
O-
AB+
A e B
Não Contém
3%
X
X
X
X
X
X
X
X
A+
A
Anti-B
34%
X


X
X


X
B+
B
Anti-A
9%

X

X

X

X
O+
Não Contém
Anti-A e Anti-B
38%



X



X
AB-
Ae B
Não Contém
1%




X
X
X
X
A-
A
Anti-B
6%




X


X
B-
B
Anti-A
2%





X

X
O-
Não Contém
Anti-A e Anti-B
7%







X




ASSUNTOS RELACIONADOS À PRÁTICA QUE O PROFESSOR PODE APROVEITAR PARA  DISCUTIR COM OS ALUNOS:


GENÉTICA


Como ocorre a Herança dos Grupos Sanguíneos no Sistema ABO?

A produção de aglutinogênios A e B são determinadas, respectivamente, pelos genes I A e I B. Um terceiro gene, chamado i, condiciona a não produção de aglutinogênios. Trata-se, portanto de um caso de alelos múltiplos. Entre os genes I A e I B há co-dominância (I A = I B), mas cada um deles domina o gene i (I A > e I B> i).

Fenótipos
Genótipos
A
I AI A ou I Ai
B
I BI B ou I Bi
AB
I AI B
O
ii



IMUNOLOGIA

Aglutinogênios e aglutininas

No sistema ABO existem quatro tipos de sangues: ABAB e O. Esses tipos são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os aglutinogênios, e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas, no plasma sanguíneo.
Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do grupo O não tem aglutinogênios nas hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma.



  Traduzindo: As hemácias que apresentarem o aglutinógeno A em suas membranas serão classificadas como sendo do “tipo A”; hemácias com aglutinógeno B serão classificadas como “tipo B”; quando possuírem os dois aglutinógenos ao mesmo tempo, serão classificadas como “tipo AB”, e se não possuírem nenhum dos dois, serão chamadas de “tipo O”.

     
     Transfusão sanguínea:

As aglutinações que caracterizam as incompatibilidades sanguíneas do sistema acontecem quando uma pessoa possuidora de determinada aglutinina recebe sangue com o aglutinogênio correspondente.

Indivíduos do grupo A não podem doar sangue para indivíduos do grupo B, porque as hemácias A, ao entrarem na corrente sanguínea do receptor B, são imediatamente aglutinadas pelo anti-A nele presente. A recíproca é verdadeira: indivíduos do grupo B não podem doar sangue para indivíduos do grupo A. Tampouco indivíduos A, B ou AB podem doar sangue para indivíduos O, uma vez que estes têm aglutininas anti-A e anti-B, que aglutinam as hemácias portadoras de aglutinogênios A e B ou de ambos.

Assim, o aspecto realmente importante da transfusão é o tipo de aglutinogênio da hemácia do doador e o tipo de aglutinina do plasma do receptor. Indivíduos do tipo O podem doar sangue para qualquer pessoa, porque não possuem aglutinogênios A e B em suas hemácias. Indivíduos, AB, por outro lado, podem receber qualquer tipo de sangue, porque não possuem aglutininas no plasma. Por isso, indivíduos do grupo O são chamadas de doadores universais, enquanto os do tipo AB são receptores universais.



Eritroblastose fetal:

Uma doença provocada pelo fator Rh é a eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido, caracterizada pela destruição das hemácias do feto ou do recém-nascido. Quando a mãe é Rh- e o bebê Rh+ (o pai deverá ser Rh+, para que o bebê possa herdar o fator), a mãe fabrica anticorpos contra o fator Rh, e numa segunda gestação, caso o bebê seja Rh+ novamente, esses anticorpos destruirão as hemácias do bebê, levando ao retardo mental ou até a morte.

 Após o nascimento da primeira criança toma-se uma medida profilática, injetando na mãe Rh-, soro contendo anti-Rh. A  aplicação logo após o parto, destrói as hemácias fetais que possam ter passado pela placenta no nascimento ou antes. Evita-se , assim, a produção de anticorpos “zerando o placar de contagem”. Cada vez que um concepto nascer e for Rh+ deve-se fazer nova aplicação pois novos anticorpos serão formados.



O diagnóstico pode ser feito pela tipagem sanguínea da mãe e do pai precocemente e durante a gestação podendo detectar se está havendo a produção de anticorpos pela mãe e providências podem ser tomadas. Uma transfusão, recebendo sangue Rh -, pode ser feita até mesmo enquanto o bebê ainda está no útero. O sangue Rh - não possui hemácias com fator Rh e não  podem ser reconhecidas como estranhas e destruídas pelos anticorpos recebidos da mãe. Após cerca de 120 dias, as  hemácias serão substituídas por outras produzidas pelo próprio indivíduo. O sangue novamente será do tipo Rh +, mas o feto já não correrá mais perigo.



Os sintomas no recém nascido que podem ser observados são anemia (devida à destruição de hemácias pelos anticorpos), icterícia (a destruição de hemácias aumentada levará a produção maior de bilirrubina indireta que não pode ser convertida no fígado), e após sua persistência o aparecimento de uma doença chamada Kernicterus que corresponde  ao depósito de bilirrubina nos núcleos da base cerebrais o que gerará retardo no bebê.


Espero que a escolha do assunto tenha sido interessante, e que os alunos, levados pela curiosidade, assim como eu, tenham coragem de furar seus dedos e descobrirem seu tipo sanguíneo e Fator Rh.



Mayara Pessoa





Fontes:

Apostila de Aula Prática de Genética
Faculdade Assis Gurgacz

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